terça-feira, maio 30, 2006



Terminei ontem o novo Tomb Raider Legends, para xiboquinha (também disponível para xibocona e sabe-se lá quais outros consoles). Nunca fui um grande fã da série, e depois da super-exposição causada pelos inúmeros títulos lançados em seqüência, praticamente idênticos, eu simplesmente parei de jogá-la. Os filmes também não ajudaram nem um pouco - por mais que goste da überfräulein Angelina Jolie não consigo suportar aquele amontoado de cenas ridículas.

Por essas e outras peguei o TRL simplesmente porque não tinha lá muita opção. Joguei a primeira fase, e percebi de cara que pelo menos os designers fizeram a lição de casa: o novo Tomb Raider incorpora vários dos mecanismos e movimentos do maravilhoso (e underrated) Prince of Persia: Sands of Time (e seus sucessores mais violentos e menos divertidos). É verdade que o PoP bebeu do Tomb Raider original, então prefiro acreditar numa sinergia entre os títulos.

A história do jogo, apesar de borrachenta como a maioria das histórias de vídeogame, é razoável. Os flashbacks envolvendo os pais de Lara Croft, e mesmo uma Lara adolescente, sem equipamento algum, presa num templo subterrâneo na Bolívia, são bem interessantes. A fase no Japão - com direito a Lara Croft de vestido preto de gala e salto alto, e a uma cena com uma Ducati que referencia "True Lies", com o Arnie - é particularmente divertida.

Visualmente o jogo é muito competente - no nível dos melhores jogos para a plataforma (incluindo-se aí um dos meus favoritos, Peter Jackson's King Kong). Alguns detalhes são particularmente legais: as roupas da Lara Croft se molham quando ela entra dentro d'água, por exemplo. Tanto a geometria quanto as texturas dos cenários merecem atenção especial, devido ao alto nível de detalhe, provavelmente oriundo do fato de que o jogo foi desenvolvido também para a Xbox 360, o que requer mais cuidado com os modelos 3D.




Algo espetacular, e que só vi tão bem realizado no excelente Half-Life 2 (cujo pecado é apenas ter um final miserável), é a simulação física, que é extremamente "convincente" (não realista porque a física parece mais algo que se vê no cinema do que na vida real). Todo o jogo aproveita isso muito bem - para resolver o primeiro puzzle, por exemplo, é preciso colocar um caixote em cima de uma alavanca e catapultá-lo a vários metros de distância, saltando na outra extremidade. Outra situação em que a física se mostra bem realizada é quando Lara precisa se equilibrar em objetos flutuando na água.

Quanto à jogabilidade, fiquei extremamente feliz ao constatar que o jogo se preocupa em não ser irritante: há sempre checkpoints em lugares estratégicos, o que evita repetições ad infinitum de um mesmo trecho da fase que ocorre antes de um ponto particularmente difícil. A dificuldade e duração do jogo, aliás, é bem baixa: terminei-o com 86%, no nível normal, em cerca de 10 horas. Quem não tiver mais nada o que fazer pode estender isso procurando bônus ocultos em todas as fases (que abrem novas roupas para Lara, upgrades para armas, cheat codes e outros).

Com isso tudo, Tomb Raider Legends conseguiu me cativar por tempo o suficiente para terminá-lo, feito raro ultimamente. Por incrível que pareça, a franquia voltou em grande estilo!

2 comentários:

SauloSan disse...

Clap, Clap, Clap...

Mais uma vez o Sr. Murilo veio e disse o q precisava ser dito...
(Palmas extras pro gran finale com a piadinha dos boobs. Eu já apliquei Nude patch no TR2.. coisas de adolescente com testosterona em ebulicão)

TRL foi o primeiro que eu joguei depois de Tomb Raider 2 (que aliás, foi o primeiro que eu joguei). Não terminei porque estou brincando com o Call of Cthulhu do Xiboquinha e com o Dreamfall, simultaneamente.

Aliás, falar do CoC me fez lembrar uma certa história de bebuns, sobre a aparição de um ser Lovecraftiano no fundo do Rio São Francisco, numa cidadezinha de Minas :-D

Anônimo disse...

Nossa...depois de ver a palavra xibocona eu tenho certeza que vc é meio.......