terça-feira, outubro 14, 2008

Wipeout HD (PS3)

Os jogos de corrida sempre acabam sendo uma fatia considerável do mercado de games, ainda que, ultimamente, tenham mostrado sempre "mais do mesmo". Troca-se os carros, a pista, o tipo de prova, a velocidade do engine, mas fica aquela duvida: O que mais vão inventar? Se você é um daqueles que ama jogos de corrida, mas odeia jogos convencionais - Wipeout é o seu jogo.

Para começar, um pouco de história. Para ir direto ao review, é só pular o texto em itálico:

Depois de muito esperar, finalmente consegui colocar as mãos nele. Para quem não sabe, eu adoro essa série desde os tempos do PS1. Joguei exaustivamente todos os jogos, com exceção da versão de Amiga, que requeria um hardware absurdo para rodar.

Por falar em Amiga, Wipeout era, originalmente, feito pelos ingleses da Psygnosis - empresa que foi responsável por boa parte do sucesso desta plataforma no mercado. Quem tiver boa memória ou mais de 25 anos, pode lembrar que ela fez jogos como Shadow of the Beast, Awesome, Killing Game Show, Agony e vários outros. Repare na corujinha no canto esquerdo do label. Assim foi em com WipeOut, Wipeout 2097 (ou Wipeout XL) e Wipeout 3, jogos que saírem para praticamente todas as plataformas do mercado do meio para o fim da década de 90.

Já com Wipeout Fusion, para PS2, que infelizmente é o único jogo da série para o sistema, a Sony acabou por "fagocitar" a Psygnosis, transformando-a em Sony Computer Entertainment Europe: Studio Liverpool. Bom para a Psygnosis, já que o "reinado" do Amiga havia acabado há muito tempo. Fizeram mais dois jogos para PSP: Wipeout Pulse e Wipeout Pure ambos fantásticos (apesar daquele direcional medonho do portátil da Sony), que serviram de "espinha dorsal" para a criação do último jogo da série, recém-chegado ao mercado.


Se a sua pergunta é: Será que o novo Wipeout veio para suprir todos os requisitos da série e ainda surpreender o jogador?

A resposta, invariavelmente, é: Sim, com certeza!

Depois de muita espera, Wipeout HD veio atender aos apelos de quem estava cansado de jogar no portátil. Ainda que tenha sido baseado nos dois últimos jogos (lançados para PSP), ele conta com novas pistas, carros, músicas, opções de jogabilidade, extras, e claro, vídeo em alta definição, que amplia absurdamente a sensação de velocidade e de imersão no jogo.

Gráficos:

A direção de arte do jogo é simplesmente soberba. Não faltam efeitos de luz, explosões, faíscas, reflexos, nada. Realmente dá para notar que os caras fizeram o dever-de-casa nestes anos de preparação para o lançamento. Não tenho do que reclamar, mesmo sendo o mais "nit-picking" possível. Confira você mesmo. Não, isso não é CG, é o jogo.

Som:

Quem já conhece o som de Wipeout, sabe que é eletrônico da melhor qualidade, misturando nomes famosos e outros nem tanto. Porém, agora há a opção de adicionar trilhas do jogador na playlist. Quer dizer que você quer jogar Wipeout ouvindo sua banda favorita? Sim! Agora você pode.

Desafio:

O jogo está tão difícil quanto de costume, tirando o fato de que os inimigos estão especialmente sacanas, mesmo nos níveis mais fáceis. Veja bem, não é que vão sempre te acertar um míssil na pior hora possível... mas vão fazer isso com uma boa frequência, portanto, esqueça os inimigos bobões de Wipeout XL! As pistas também tem vários truques, como as curvas hiper-ultra fechadas, turbos em cima de turbos para coletar, rampas onde se pode fazer o novo "barrel roll", dando um turbo extra durante saltos, em troca de um pouco de energia... enfim, é um jogo novo, expandido e revisado, cheio de armadilhas e pontos extremamente difíceis e legais de se explorar.

Armas:

Sim, estão todas presentes! Incluindo o plasma bolt (que tira um adversário da corrida, se pegar) e a nova arma, o leech beam, que é uma espécie de raio trator que além de sugar energia do adversário, faz ele te dar uma "carona" na velocidade, acelerando o seu carro e atrasando o dele ao mesmo tempo. Uma baita sacanagem, claro, mas você esperava o que deste jogo? O autopilot, por sua vez, está mais burro do que nunca e eu evito usar sempre que pego.

Jogabilidade:

Essa sim, melhorou um bocado. Se você era daqueles caras RUINS em Wipeout por ter dificuldade em fazer curvas, agora existe o "Player Assistance". O que ele faz? Ele gera uma área de segurança próximo das paredes e automaticamente "empurra" seu carro de volta ao meio da pista. Claro que dá pra desligar e tentar controlar tudo na unha, mas nos momentos de desespero e, principalmente, nos rachas online, vale muito à pena deixar ligado.

Fala sério: Quem precisa de Burnout Paradise?

Agora também há a opção de controlar o carro todo via sensor de movimento do sixaxis (eu não consegui!), e de controlar a inclinação do carro para frente e para trás da mesma maneira (isso sim, funciona!). Implementaram o side trip, que é um comando que acontece quando você pressiona rapidamente L ou R Trigger duas vezes, que joga o carrinho para o lado sem desviar da trajetória, para auxiliar nas ultrapassagens, e o já comentado barrel roll, que é muito bom. Agora a energia dos carros não é mais recarregada pela "pista mágica" como em F-Zero. Você tem que absorver power-ups em troca de mais energia, o que facilita um bocado permanecer vivo nas provas. Há carros novos, alguns bem feios como o Mirage e outros muito bacanas em novas versões e cores, além de uma tonelada e meia de unlockables e troféus, ou seja, para quem gosta de "destravar" coisas, Wipeout HD é um prato cheio.

Toma tiro, ladrão!

Overall:

O veredito final é: Corrida anti-gravitacional 3D, em alta resolução, com armas e disputas online. O que mais você pode querer? É diversão garantida para novos e velhos fãs! O jogo está rápido pra caramba, lindo, cheio de novidades, conta com controles precisos e uma trilha sonora impecável, além da opção de fazer a sua própria. Altamente recomendado!

Addendum: Foi lançado há algum tempo um jogo da Koei (sim, aquela de Dinasty Warrirors!) com a pretensão de ser o "novo Wipeout", chamado Fatal Inertia. É fraquíssimo, tem a jogabilidade mais tosca que eu já vi e as naves mais feias, além de ter uma trilha sonora de gosto duvidoso. Meu conselho é: Avoid at all cost!

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